O Trágico Fim e a Imortalização de Hércules
Embora Hércules tenha se redimido através de seus trabalhos, seu fim foi igualmente trágico. Envenenado por uma camisa envenenada enviada por Dejanira, sua segunda esposa, ele construiu uma pira funerária e ordenou que Filoctetes a acendesse. Assim, Hércules encontrou a paz final e foi aceito entre os deuses do Olimpo, imortalizado para sempre.
Este relato dos Doze Trabalhos de Hércules e os eventos que os cercaram oferece uma visão detalhada da sua busca incessante por redenção e da influência persistente de Hera em sua vida. A saga de Hércules continua a ser uma poderosa história de heroísmo, superação e redenção.
Após o último trabalho, Hércules se casou com uma mulher chamada Dejanira. Numa viagem, o centauro Néssus tentou violentá-la e o herói o matou. Entretanto, antes de morrer e disposto a se vingar, Néss…
Néssus disse a Dejanira que seu sangue era um elixir do amor e a aconselhou a guardar um pouco caso o marido deixasse de amá-la. Quando de fato Hércules se apaixonou por outra mulher, Dejanira mandou-lhe um manto com gotas do sangue de Néssus. Ao vesti-lo, o herói sentiu o veneno e percebeu que ia morrer.
Após longa e incomum ausência de Héracles, Dejanira descobre que o marido venceu o rei da Ecália e retorna para Tráquis com várias cativas, dentre elas a jovem Iole, por quem se apaixonara. Enciumada, envia a Héracles uma túnica embebida no sangue do centauro Nesso, acreditando que se tratava de poção mágica capaz de reacender o amor do marido. Sem desconfiar, Héracles coloca veste envenenada e, acometido por terríveis sofrimentos, é carregado para casa. Dejanira se mata e Héracles pede que Hilo lhe prepare uma pira no monte Eta, recomendando que o filho se case com Iole após sua morte. Relutante, Hilo jura obedecê-lo.
Dejanira conta como Héracles a salvou de Aqueloo, se queixa das frequentes ausências do herói, particularmente da atual, muito prolongada a Ama sugere que encarregue Hilo de localizar o pai O rapaz conta à mãe ter ouvido a respeito de Ônfale e da luta contra Êurito, na Eubeia, antes de iniciar a busca.
Párodo O Coro entra, mostra simpatia pela preocupação de Dejanira, lembra que Héracles sempre vence, mas destaca que Zeus concede ciclicamente alegrias e tristezas para todos.
Dejanira agradece ao Coro e revela que Héracles deixou testamento escrito, a ser cumprido caso não retornasse em 15 meses, fato inédito; se voltasse, viveria sossegado. Chega um idoso Mensageiro com notícias do herói: ouviu de Licas que ele está vivo, venceu e está retornando ; o Coro comemora A Licas, à frente de um grupo de mulheres cativas, informa Dejanira que Héracles está na Eubeia, preparando um sacrifício a Zeus após vencer Êurito, a quem inculpou por sido obrigado a cumprir um ano de cativeiro junto a Ônfale; Dejanira interroga o arauto a respeito de uma das mulheres, de nobre aparência e que se mantém em silêncio, mas ele desconversa e sai . O Mensageiro retém Dejanira e revela ter ouvido do próprio Licas que foi por causa dessa moça, Iole, que Héracles arrasou a Ecália. Dejanira interroga Licas; pressionado pelo Mensageiro, ele confirma a história, diz ter recebido ordens de levar a jovem ao palácio e recomenda que a rainha aceite a situação; ela concorda e ambos entram.
O coro relembra a luta de Héracles e Aqueloo pela mão de Dejanira.
Dejanira envia a túnica envenenada
Dejanira se dirige ao Coro, relembra quando Héracles a salvou do centauro Nesso e que o monstro aconselhou-a a coletar seu sangue, poderoso filtro amoroso, e que vai usá-lo para não ser preterida pelo marido (531-99). Licas sai, e Dejanira entrega-lhe uma túnica embebida no sangue de Nesso, para o herói usar durante o sacrifício. O Coro celebra a iminente chegada de Héracles.
Dejanira dialoga com o Coro e, preocupada, conta que o pedaço de lã usado para untar a túnica praticamente desapareceu quando exposto ao sol e teme ter sido iludida por Nesso. Hilo volta e acusa a mãe de ter matado Héracles: ao colocar a veste, o herói sentiu dores intensas, matou Licas e, em agonia, pediu ao filho que o levasse dali . O moço exprobra duramente a mãe, que se afasta, em silêncio, depois de ouvir o relato
O Coro observa, sombrio, que as atribulações de Héracles efetivamente cessariam quando voltasse, e relembra as ações do herói e de Dejanira que levaram a esse desfecho.
A ama conta ao Coro que Dejanira se suicidou e descreve detalhadamente sua morte.O Coro pranteia Dejanira e Héracles, enquanto o herói imóvel é trazido (em uma liteira?) por silencioso cortejo.
Héracles na pira
Héracles acorda, atormentado e torturado pela dor. O Ancião chama Hilo, que ampara o pai e lhe conta, ao ouvir sua intenção de matar Dejanira pessoalmente, que ela se suicidou ao descobrir que foi enganada por Nesso . Héracles revela que isso havia sido predito por Zeus e pede ao filho que o leve ao Monte Eta e lá prepare uma pira, na qual deverá ser colocado, e que despose Iole. Hilo concorda, a contragosto, e os membros do cortejo erguem Héracles . O Coro se retira, afirmando que tudo é desígnio de Zeus.